domingo, 11 de agosto de 2013

Forma de subsistência e organização de trabalho

  

Os Astecas inicialmente formavam uma pequena tribo de caçadores e coletores que, em 1325, se deslocou em direção à zona central mexicana e desenvolveu uma agricultura moderna e de subsistência. Entre as suas invenções constam a irrigação da terra e a construção dos "jardins flutuantes" - cultivo de vegetais em terrenos retirados do fundo dos lagos. 

Chinampas - Os jardins flutuantes


 A construção das chinampas (nome dado a esses jardins) era feita nos lugares mais rasos dos lagos. Os Astecas demarcavam o local das futuras chinampas com estacas e juncos, enchiam-nos com lodo extraído do fundo do lago e misturavam com um tipo de vegetação aquática que flutuava nele. Esta vegetação formava uma massa espessa sobre a qual se podia caminhar. Estas tecnologias foram essenciais para a fundação e sobrevivência de Tenochtitlán.

Tenochtitlán: futura Cidade do México

Tenochtitlán era a capital do grandioso império asteca que os espanhóis conheceram no século XVI. A cidade foi fundada por volta de 1325 no Lago Texcoco e sua queda ocorreu em 1521 pelas mãos do conquistador Hernán Cortéz. Muitos fatores impressionaram os europeus, a começar pela quantidade de população ali assentada; por volta de 1520, a capital asteca tinha cerca de 700 mil habitantes, muito maior que Londres e Paris no mesmo período.


Tenochtitlán - A capital Asteca


Quando os espanhóis tomaram a cidade, a partir de 1525 começaram a reformulá-la. Derrubaram suas partes centrais e substituíram os templos astecas por edifícios construídos em estilo espanhol, como fóruns, igrejas, escolas de missões, centros de administração da colônia etc. A ilha onde se localizava a cidade foi desaparecendo com o passar do tempo, junto com o Lago Texcoco, e o crescimento espacial da Cidade do México, hoje estando totalmente aterrado e correndo pelos canais do esgoto.



Cidade do México

Religião estritamente ligada à Política e Economia


Os Astecas eram politeístas. Havia cerca de dezoito deuses adorados por este povo, os quais tinham forma humana misturada com animal, eram diretamente ligados às forças da natureza e aos sentimentos humanos. O politeísmo estava configurado na crença em divindades representativas para cada uma das funções. Acreditavam em um deus que monitorava o vento, outro que monitorava o sol, outro que cuidava das plantações e assim por diante. A religião e o Estado estavam tão unidos na sociedade asteca que as leis civis tinham por trás de si a força da crença religiosa. Quando entravam em guerra, Os Astecas lutavam não só por vantagens políticas e econômicas, como também pela captura de prisioneiros. Estes eram sacrificados aos muitos deuses. A mais importante forma de sacrifício consistia em arrancar o coração da vítima com uma faca feita de obsidiana, ou vidro vulcânico. Às vezes, os sacerdotes e guerreiros comiam a carne da vítima.

Deus Huitzilopochtli
Huitzilopochtli, a divindade asteca favorita, era o deus da guerra e do sol. Exigia o sacrifício de sangue e de corações humanos para que o sol nascesse a cada manhã.




Após as guerras, o mais bravo dos prisioneiros era sacrificado. Para isso, caminhava até o altar do templo tocando uma flauta e acompanhado de belas mulheres.

Mito Asteca da criação do mundo

É chamado A Lenda do Quinto Sol. Há muitas versões para este mito, já que as histórias eram transmitidas oralmente, porém, a mais conhecida e utilizada até hoje é a seguinte: Segundo a mitologia asteca, o mundo foi a quinta era de um ciclo de criação e destruição, durante o qual diferentes deuses governaram, o primeiro governou a terra por um elemento dominante, que foi destruído, originando "novos mundos" chamados Sóis.

Famoso Calendário Asteca
O criador do mundo era o Ometeotl deus, que era macho e fêmea e deu à luz quatro tezcatlipocas do Leste, Norte, Sul e Oeste. Esses deuses acabaram por criar o mundo e todas as outras divindades. Em seguida, tiveram de dar à luz os seres humanos e, para isso, sacrificar um dos deuses, e o escolhido foi Tezcatlipoca. O que deu origem a cinco "mundos". 
O primeiro foi devorado por onças, o segundo chegou ao fim por enchentes, o terceiro acabou quando um dos deuses decidiu fazer chuva de fogo e cinzas, o quarto teve seu fim por um dilúvio e, finalmente, o quinto mundo foi considerado o mundo em que viviam os Astecas.

Deus Tonatiuh, que serviu de inspiração para o calendário Asteca

Tonatiuh era deus do Sol. Os astecas se consideravam o "Povo do Sol" e, portanto, seu dever era para nutrir o dom de Deus através de oferendas e sacrifícios de sangue. Na falta de fazer isso teria causado o fim do seu mundo, o desaparecimento do sol. Este mundo é caracterizada pelo signo Ollin, que significa movimento. De acordo com as crenças astecas, este indicou que o mundo chegaria a um fim através de terremotos.




Ritual

No ritual asteca usual, as vítimas sacrificiais eram levadas para o topo do templo, onde quatro sacerdotes as deitavam sobre uma laje de pedra. O abdômen da vítima era cortado por um quinto “padre”, usando uma faca cerimonial capaz de atravessar o diafragma e abrir o peito do sacrificado. O padre então arranca o coração da vítima, ainda batendo.



A cultura asteca é conhecida atualmente principalmente por evidências arqueológicas encontradas em escavações, tais como Templo Mayor da Cidade do México, além de registros escritos e relatos de testemunhas oculares dos invasores espanhóis.

Ritual Asteca 
Arqueólogos descobriram um recinto sagrado da antiga cidade asteca de Tenochtitlan, hoje a moderna capital mexicana Cidade do México, que contém restos mortais de 500 anos de idade em torno de uma pedra sacrificial, uma espécie de “plataforma de sacrifícios” conhecida como cuauhxicalco.




50 crânios decapitados e 250 ossos de mandíbula foram escavados como evidência dos rituais brutais praticados pelos astecas. 45 dos crânios foram descobertos acima da pedra, e cinco que estavam mais fragmentados foram encontrados abaixo da pedra com buracos em ambos os lados, o que sugere que uma vez foram pendurados para exibição.

Cultura e Arte


O povo Asteca foi bom em esculturas, pois as faziam de variados tamanhos, geralmente com temas religiosos ou da natureza. Captavam a essência do que queriam representar e logo realizavam as suas obras com todo o detalhe. Nas esculturas maiores geralmente representam deuses e reis. As mais pequenas as utilizavam para representações de animais e objetos comuns.Os Astecas utilizaram a pedra e a madeira e às vezes decoravam as esculturas com pintura de cores ou incrustações de pedras preciosas. Em relação aos minerais, devido aos seus conhecimentos de física, os Astecas aplicaram várias técnicas como fundir o ouro com a prata, entre outras coisas.



Normalmente o metal se combinava com pedras preciosas com a turquesa, a jade ou o cristal ou conchas. Elaboravam todo o tipo de figuras e adornos para os seus corpos como pulseiras, colares, fios, etc. A pintura no povo Asteca aparece ligada à Arquitetura. A cor tem um papel fundamental. Trata-se de um cor simples, sem sombras e, possivelmente, com conotações simbólicas. 
Outro traço característico da arte Asteca é os adornos feitos com penas, que tiveram grande importância na América Central. As penas mais apreciadas eram as de quetzal (verdes), as de tlauquecholli (vermelhas) e as do xiuhtototl (azul turquesa). Com estas penas faziam tapetes e decoravam mantos, mascaras de rituais, escudos e trajes de guerreiros.
O artista pré-hispânico é regido principalmente por conceitos religiosos, mesmo que anônimos e, reproduzindo o imaginário coletivo, muito mais que o individual. Na sociedade asteca possuía lugar de destaque e importância. É necessário que nos desvencilhemos dos "pré-conceitos" ocidentais e em termos artísticos ainda impregnados dos conceitos renascentistas, para podermos compreender a dimensão que as artes visuais, a música, o teatro e a poesia (oral e escrita), representavam para a cultura asteca.


As artes constituíam seu principal meio de comunicação e de relato histórico, através das formas é que os astecas expressavam sua mentalidade, sua visão de mundo. A arte é uma referência da própria vida, seja terrena ou cósmica. Todas as formas possuem seus signos próprios, a arte asteca assume o principal significado de evocar o sagrado, expressando-o em termos visuais.A arte assume o papel preponderante de representação do mundo simbólico-religioso, toda essa visão cósmica que permeia a sociedade asteca como um todo, se reflete no modo como o espaço é representado no simbolismo poético, em seus monumentos arquitetônicos, em suas esculturas, em seu fazer artístico de modo geral.Para a compreensão de qualquer imagem é necessário considerar-se o plano individual e o coletivo. O individual é o próprio artista, o sujeito que cria o objeto que será apreciado por uma coletividade.

Calendário Asteca

Calendário Asteca
O Calendário Asteca está dividido em várias secções:
O disco central. Nele está a representação de Tonatiúh, o Sol.

Nos quatro retângulos que o rodeia, representava-se a lenda dos 4 sois.

Primeiro circulo. Está formado por vinte partes iguais com figuras que representam os dias do mês Asteca

Segunda circulo. Está formado por vinte partes iguais com figuras que representam os dias do mês Asteca

Terceiro círculo. Está formado por duas bandas ligadas em papel amatl. A parte superior, a mais pequena, contem a data de término do Calendário, um ornamento de ervas e flores e a cauda de duas serpentes.
Na parte inferior aparecem os corpos de duas serpentes de fogo com escamas, Xiuhcóatl, formada por treze segmentos iguais cada uma e o signo Tlachinolli, planta que assemelha-se a uma serpente, com dez círculos pequenos e um quadro duplo.

Na parte inferior desde círculo, se observam as cabeças das duas serpentes sobrepostas, cujas goelas saem das faces de Quetzalcóatl, personificado como Tonatiúh, o Sol e de Tezcatlipoca, Senhor da Noite.
Cada serpente tem patas com garras e uma penugem com sete círculos cortados em metade, que simbolizam a Constelação das Plêiades.

Quarto círculo. Nele se representam as estrelas sobre o céu nocturno. Contem 158 circulos pequenos que rematam nas bandas de papel amatl.

O primeiro círculo contém 20 figuras que representam os dias do mês. Cada mês se divide em quatro grupos de cinco dias.
Os nomes e significados dos dias em Português, são os seguintes:

Cotidiano

A maioria dos Astecas vivia como os índios de hoje, nas mais remotas aldeias do México. A família morava numa casa simples, feita de adobe ou pau-a-pique e coberta de sapê. O pai trabalhava nos campos com os filhos mais velhos.
A mãe cuidava da casa e treinava as filhas nos afazeres domésticos. As mulheres passavam a maior parte do tempo moendo milho numa pedra chata, a metate, e fazendo bolos sem fermento, as tortillas. Também fiavam e teciam. Os alimentos preferidos eram a pimenta, o milho e o feijão - que produziam em larga escala para consumo. As roupas eram feitas de algodão ou de fibras das folhas de sisal.
Os homens usavam tanga, capa e sandálias. As mulheres trajavam saias e blusas sem mangas. Desenhos coloridos nas roupas revelavam a posição social de cada asteca. Os chefes de aldeia usavam uma manta branca e os embaixadores carregavam um leque. Em geral, os sacerdotes se vestiam de negro.

Economia


Ao longo da expansão do povo asteca, a agricultura foi se tornando a sua principal atividade econômica. Mesmo habitando uma região com terrenos alagados, desenvolveram técnicas agrícolas que superavam as limitações naturais da região. Uma interessante técnica agrícola desenvolveu-se com a construção das chinampas.As chinampas eram grandes esteiras de junco sustentadas por hastes fixadas no fundo dos lagos. Na superfície da chinampa era depositada a fértil lama encontrada no fundo dos lagos. Dessa forma foi possível ampliar a produção agrícola. Além disso, os astecas também utilizaram de canais de irrigação que tornavam possível o plantio em regiões menos férteis.
O comércio também figurava entre uma das principais atividades da economia asteca. Em grandes mercados, como o de Tlatelolco, pessoas realizavam trocas de artesanatos, alimentos, pequenos animais, utensílios e ervas medicinais. Além de realizarem o comércio através do escambo, também utilizavam a semente do cacau como uma moeda de troca.

Sociedade e Política

Baseada em uma forte tradição militarista, os astecas possuíam uma organização social vinculada pela posição política e econômica reservada a cada um dos seus membros. O Estado asteca era chefiado por um imperador que contava com o apoio de funcionários na administração das terras e construções do império. No topo da hierarquia social asteca estavam os nobres, os sacerdotes e os militares. Estas três classes exerciam importante papel na manutenção do império, na conquista de novas terras e no contato entre os homens e os deuses.


Logo em seguida estavam os comerciantes e artesãos. Muitos deles eram admirados pela habilidade em dominar complexas técnicas, como a ourivesaria. Estes, além de controlarem uma parte significativa da economia asteca, também circulavam pelo império realizando alguns trabalhos para o Estado e praticando a espionagem. Em razão de sua grande importância, muitos deles não eram obrigados a pagar tributos ao Estado.



A grande parcela da população era composta por camponeses. Estes seguiam as orientações do Estado no cultivo das terras e na construção de obras públicas. Cada camponês, ao se casar, recebia um lote de terras que deveria ser administrado por ele. Em troca do serviço prestado, os camponeses recebiam alimentos, vestimentas e tinham seus filhos introduzidos nas instituições de ensino do governo. No mais baixo estrato da escala social estavam os escravos que, de acordo com a condição que usufruíam, poderiam ascender socialmente.A vasta população organizada sob o domínio asteca marcou a existência de uma das mais complexas sociedades da América pré-colombiana. A extensão dos núcleos urbanos e a organização sociopolítica asteca faziam frente e, em certos casos, ultrapassavam as dimensões dos centros urbanos da Europa do século XVI. Os colonizadores espanhóis ao chegarem na região fizeram vários relatos sobre a riqueza do povo asteca.


Educação
Os sacerdotes tinham controle total sobre a educação. O império asteca era provido de escolas especiais, as calmecas, que treinavam os meninos e meninas para as tarefas religiosas oficiais. As escolas para as crianças menos disciplinadas eram chamadas de telpuchcalli, ou "casas da juventude", onde elas aprendiam história, tradições astecas, artesanatos e normas religiosas.
Os Astecas registravam os acontecimentos mais importantes em livros feitos de papel preparados com folhas de sisal. Estes livros eram enrolados como pergaminhos ou dobrados como mapas. Os Astecas não possuíam um alfabeto. Criaram uma espécie de escrita em logogrifo, usando imagens e caracteres simbólicos.

Culinária e Idioma



O milho constituía a base alimentar do povo asteca. Através do preparo dos grãos produziam panquecas que eram recheadas por grãos secos, pequenos insetos, girinos e peixes. Outro alimento bastante utilizado era o cacau de onde se extraía uma bebida chamada xocoalt, que mais tarde deu origem ao chocolate. Várias outras sementes e temperos complementavam a culinária asteca. Animais eram domesticados para o abate e o consumo, e alguns deles só faziam parte da mesa das classes mais abastadas. 

O língua falada era a chamada Nahuatl.

Influência Asteca

O povo Asteca teve grande influência nas civilizações posteriores no que diz respeito à organização da sociedade e da economia, modo de subsistência (agricultura), desenvolvimento de cisternas, canais e a construção de cidades, dentre outros.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Os Astecas - Por Isabela Dias e Wendrel Monteiro


A ORIGEM





O povo mexicano, mais conhecido como Asteca, é originário da região de Aztlán, no sul da América do Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano (especificamente nas ilhas do lago Texcoco), junto com outros povos. Após uma longa marcha, em 1168 d.c. No ano de 1325 eles começaram a construção de sua cidade, Tenochtitlán, que no século XV  seria uma das maiores cidades do mundo.